Agora, 28 anos após sua morte, a recente descoberta de uma entrevista concedida por Lennon à CBC em Montreal no ano de 1969, pode colocar fim a todas as acusações feitas ao cantor, ao que tudo indica, injustamente.
Na gravação, Lennon é questionado sobre a afirmação que lhe rendeu duras críticas por todo o planeta. Mas, ao contrário do que as inúmeras biografias relatam, ele defendeu-se dizendo que aquilo era apenas uma expressão: “De fato, os Beatles parecem ter maior inflfl uência sobre a juventude do que Jesus”, afirma Lennon “Agora, eu não estava dizendo que isto era uma boa idéia, até porque eu sou um dos maiores fãs de Jesus Cristo. Se eu puder mudar o foco dos Beatles para transmitir a mensagem de Cristo, então, é isso que o grupo vai fazer. Talvez as igrejas não se encham por causa dessa mudança. Mas haverá muitos cristãos dançando nas casas de show. O que eles celebram, se Deus ou Cristo, não acho que seja importante, desde que todos estejam conscientes da mensagem do Evangelho”.
Se as idéias de Lennon, o compositor de “Imagine no religion”, ainda parecem profanas para o Cristianismo moderno, não é a questão. Afinal, o astro considerava as instituições religiosas uma hipocrisia e sempre se lembrava de um líder religioso que o havia expulsado de um culto na igreja apenas porque ele tinha rido, quando tinha apenas 14 anos.
Certo ou errado, fato é que sua polêmica afirmação só quis expressar que a igreja institucionalizada dos anos 60 não estava dialogando tão bem com a juventude da época, quanto as músicas apresentadas por seu grupo.
Este texto, que encontrei na revista Enfoque, não está longe da realidade atual. Quantas pessoas, principalmente jovens, são mal interpretadas pelos líderes que se acham donos da verdade? É interessante como uma frase tirada do seu contexto pode desvirtuar toda a verdade, embora nesse caso a verdade "vendida" interessasse a esses líderes.
É tempo de refletir!